Tudo começou a muito tempo atrás com a influência de Dodô & Osmar e seu "frevo eletrizado" (cultuadores do frevo baiano). A engenhoca musical foi aos poucos se sofisticando e em 1969, Caetano Veloso compôs a canção "Atrás do trio elétrico" que popularizou o frevo baiano. À partir da década de 70 o estilo se fortaleceu com a formação dos "Novos Baianos" que se vincularam ao universo musical eletrizado misturado ao tropicalismo. Em meados de 80 Sara jane Luiz Caldas levam o frevo "debochado" às ruas no Bloco Barão e 5 anos depois, divulgaram nacionalmente o ritmo denominado deboche e/ou fricote (embriões da axe music) aliás, o Axé-music é o resultado dessa musicalidade mestiça!
Será que você lembra do Fricote? Aquela música que dizia assim: "... pega ela aí, pega ela aí. Pra que? Pra passar batom, que cor? Violeta. Na boca e na bochecha ...". Ela é considerada um marco na música baiana, a canção que inaugurou o axé music. Criada por Paulinho Camafeu e interpretada por Luiz Caldas. Fricote conquistou a Bahia e em pouco tempo o país. Em 1985, Luiz Caldas e a Banda Acordes Verdes, que tinha Carlinhos Brown na percussão, abriram as portas para a turma da pesada.Sara jane("Abre a rodinha"),Gerômino("Eu sou negão"), Banda Refelxus("Madagascar"), Cid Guerreiro, Banda Mel, Olodum, Chiclete com Banana, Asa de Águia entre outros, começavam a descer dos trios para ganhar os palcos. Luiz Caldas lembra que a origem do axé-music está no Tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Mas distancia-se do movimento ao afirmar que a grande contribuição do axé não é musical: "Alegria é o grande segredo de nossa música, o descompromisso é fundamental".
No início da década 90 a música baiana ganhava novas caras, Ricardo Chaves (com a música "É o Bicho") e Daniela Mércury(com o "Canto da Cidade") consolidaram o ritmo e quebraram as últimas resistências do sul do país. As rádios, que eram dominadas pela música estrangeira começaram a dar prioridade para o artista nacional. No embalo do axé, vieram os sertanejos, os pagodeiros, etc. O ritmo ganhou novo fôlego com a inclusão do samba de roda baiano. É o Tchan e Terra Samba são os grandes responsáveis pela chamada de "terceira onda da música baiana".
Depois do "É o Tchan" e do "Terra Samba" uma nova onda vinda da Bahia invadiu o Brasil e está sendo responsável pela reunião de grandes públicos em shows que se espalham pelo país. É a onda de mais uma modalidade da música baiana: a swingueira!
Com letras ousadas e um ritmo contagiante que faz qualquer pessoa ter vontade de dançar, ou pelo menos de se balançar se não souber dançar a swingueira é a nova sensação do momento. E com o novo ritmo veio também uma inovação. A maioria dos grupos de swingueira são formados por homens. Seguindo uma tendência diferente de grupos como o "ÉoTchan" que desde o início soube explorar bem a sensualidade feminina com dançarinas de corpos esculturais vestindo minúsculos shortinhos, os novos grupos de swingueira dispensaram as dançarinas e ganharam o Brasil.
"Harmonia do Samba", "Pagodart", Os Sungas", "Psirico", "Nata do Samba" entre outros, são exemplos de grupos de homens que cantam dançam e reúnem multidões em seus shows: "A verdade é que a maioria do povo não sabe dançar e quer aprender a dançar pra caramba e quando você dança pra caramba, você perde aquele lado que você conquista o público. Lá em Salvador aconteceu o seguinte: A gente subia no palco, não tinha esse lado de dança, de performance, tocávamos e levados pela empolgação, cada um explodia da sua forma, então aquele que tava lá em baixo que não sabia dançar, falava assim: eu to vendo um monte de homem maluco dançando ali, eu vou dançar também. E dançava do seu jeito, se balançava (risos) e isso foi legal que a gente foi conquistando a galera e as pessoas interagiam com a gente." (Os Sungas) A receita do grupo "Os Sungas" deu certo e eles juntamente com outros grupos vem ganhando o Brasil.
O ritmo também contribui para aguçar a mente dos brasileiros que exploram bem a sensualidade transmitida pelo ritmo e montam grupos de dançar com diversas coreografias que são repetidas nos shows pelos artistas e também pelo público. Levados pela empolgação do ritmo e pelo desejo de aprender muita gente tem procurado as academias de todo Brasil que incluíram em suas modalidades as aulas de swingueira. Uma maneira muito saudável e animada de manter o corpo em forma e se preparar para quebrar tudo nos shows!
Mas, o que é a swingueira? Bem, pode-se dizer que é uma mistura de samba duro, com sensualidade e graça que só os brasileiros sabem fazer!!!
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